PELO PARTIDO SOCIALISTA!
PELO REBANHO!
Já lá vai mais de um mês e as Termas do Carvalhal continuam
encerradas.
Primeiro foi dito que foi uma conduta que rebentou.
Depois foi publicado nalguns jornais que o Senhor Presidente
da Câmara disse que a causa estava na canalização interior.
Mais recentemente o
senhor Presidente da Câmara disse publicamente que estava a tratar de mandar
ligar o furo de 600 metros em que a água sai a 60 e tal graus. Com isto, a
língua fugiu-lhe para a verdade assumindo, assim, como tinha de ser, a
responsabilidade pelo descuido e desleixo de dois anos e meio em que esteve
“esquecido” do furo que tinha ali á mão, que se o tivesse apetrechado com bombagem
e sistema de arrefecimento tinha evitado tudo o que de muito mau se tem passado
para o presente e para o futuro das Termas do Carvalhal.
Porque é que não fez
isso antes? Porquê só agora?
Entretanto constou-se que houve introdução de produtos. A
ser verdade, quem determinou esse procedimento? Qual a causa desse
procedimento? Quais os objectivos? Qual
foi o resultado?
Também se sabe que um
funcionário interessado aconselhou o senhor Presidente da Câmara a contactar um funcionário que
recentemente foi aposentado porque podia
ajudar com a sua experiência. Parece que o senhor Presidente se recusou
a seguir esse conselho invocando que era “político”. O que quis dizer com isso
de ser “político”? Era desprestigiante recorrer a uma possível ajuda de um
humilde funcionário? As Termas do Carvalhal, o seu presente e o seu futuro,
valem assim tão pouco para o Senhor Presidente da Câmara?
Em vez de se
preocupar com o que o concelho tem de mais importante para atracção de pessoas que
cá deixam dinheiro, o Senhor Presidente da Câmara andou entretido com as
eleições internas do Partido Socialista em que, inesperadamente, teve uma lista
que se lhe opôs e andou em contactos e conversas para angariar os votos de que
precisava.
Procurando fazer esquecer que já está na Câmara vai para 3
anos, o Fernando Carneiro, sem vergonha, é bem capaz de tentar arranjar um modo
de culpar alguém pelo que está a acontecer nas Termas do Carvalhal. Admiram-se
que culpe o César, o João Matias, a Eulália?
Quem acompanha, de
perto, as voltas do senhor Presidente Câmara sabe que esqueceu as Termas do
Carvalhal e a resolução do problema que lá está passou para o rol do
esquecimento porque, entretanto, andou entretido com a inauguração da feira,
onde veio, ontem, o Presidente da República.
Apesar das dívidas de
muitas obras e daquela, provavelmente, também não estar paga, a Câmara não
olhou a poupar para ter gente na inauguração do novo largo da feira. Para verem
Cavaco Silva houve transportes em todas as aldeias pagos pela Câmara. No meio
dos que vieram até se ouvia dizer: “Vim mais as outras no autocarro que o sr.
Padre anunciou na missa, mas eu até sou contra que a Câmara ande a fazer
despesa com isto. Dizem que não há dinheiro e por isso cada um devia vir á sua
custa. Mas como a despesa estava feita, aproveitei .”
Com o mesmo intuito de ter gente na inauguração, para além
de ser usado dinheiro, usado Cavaco Silva, o Presidente da Câmara usou bandas
de música e todos os ranchos disponíveis pois cada um garantia, á partida, á
volta de 40 pessoas. Viu-se que os
ranchos não vieram para dançar, tocar e cantar mas para “fazer número” e garantir
gente.
Convidam-se tantos
ranchos e não há um palco?
Convidam-se tantos
ranchos e não há aparelhagem sonora?
Não havendo palco nem som, o pouco que os ranchos fizeram
foi num piso empedrado ou cimentado nada próprio e por muito que gritassem não
se ouviam. Mas isto não interessava ao senhor da Câmara, pois o que era preciso
era arrebanhar gente e não havia outra forma melhor de o conseguir.
A preocupação em ter
lá gente era tanta que nem velhinhos e doentes da Misericórdia escaparam ao
sacrifício de terem de aguentar o calor intenso de uma tarde de S. João. À hora
prevista a zelosa Provedora lá fez chegar umas carrinhas apinhadas de gente a
quem “aquilo” pouco ou nada dizia. Mas era preciso “fazer número” e esta era
uma causa bem maior do que a sorte daqueles internados na Misericórdia. Ontem o
destino reservou-lhes o papel de figurantes á custa de sacrifício, sem dó nem
piedade por parte de quem está bem.
Ontem, para além da inauguração, foi o Dia do Oportunista
que, fazendo figura de cavaquista mais do que Cavaco, sem escrúpulos e com o
dinheiro que faz falta a quem deve, usou pessoas com transportes, usou associações,
usou velhos e usou doentes para propaganda. Tudo servia.
Fossem sãos, doentes ou aleijados.
Para maior
preenchimento do recinto só lá faltaram cadeiras de rodas, macas, camas,
bengalas, muletas e andarilhos.
Foi falta de
lembrança?