Quem anda pela vila começou a ver que as obras da Câmara já foram muito mais fiscalizadas do que agora. Antes havia sempre dois fiscais de serviço todo o dia. Um dos fiscais, já velhote, cansou-se de caminhar, de protestar tão ruidosamente que até enrouqueceu, perdeu o pio e pediu a reforma antecipada. Atendendo a tantas caminhadas, durante anos, dizem que as autoridades lhe deviam ter oferecido um par de botas para recompensar tantas solas de sapato. Com as cordas bocais feridas, o ex-fiscal agora não fala . Bem, mas agora também está tudo bem . E também é outro tempo! Pois, sobretudo isso.
O outro que fiscalizava também e tão bem as obras deixou de aparecer, não porque se tivesse reformado, mas porque pediu escusa desse trabalho porque foi para Presidente da Câmara. É compreensível a sua decisão porque ganha muito mais do que como fiscal. Além disso, não precisa de andar vila acima e vila abaixo porque, agora, já não pode dizer só mal daquilo que ainda não acabou. Depois, se aparecesse tanto como aparecia ,até lhe podiam lembrar algumas promessas que fez e que agora não cumpre porque o engenheiro não deixa.
Antes até desconfiava do engenheiro. Agora, Fernando Carneiro confia nele cegamente . Por isso compreende-se que o Presidente da Câmara se tenha deixado da fiscalização das obras. Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades até para o engenheiro que agora é bom por obra e graça de Fernando Carneiro que o” converteu”.Ou não terá sido Fernando Carneiro a ser convertido? Puxem pela cabeça.
Por causa das obras na vila, Fernando Carneiro não tratou muito bem João Matias porque,aos quatro ventos, dizia que andava a enterrar granito serrado, a desperdiçar dinheiro, a alargar demais os passeios, a apertar as ruas na nossa vila. Fez esta pregação durante anos dizendo que com ele nada seria assim. Chegado a Presidente da Câmara, Fernando Carneiro criou o Dia do Autarca, decidindo que seria sempre na data do falecimento de João Matias, o que constituiu e constitui uma homenagem merecida e o elogio do passado de que João Matias foi o principal responsável como Vereador e Presidente da Câmara.
Inesperadamente, durante o último ano, assistimos á desvalorização do passado, por parte de Fernando Carneiro e de alguns dos seus acompanhantes. Dizem que nada ou pouco foi feito. Perante isto, ficamos confusos e seria bom que Fernando Carneiro dissesse em que ficamos. O passado, bem representado por João Matias e consagrado no Dia do Autarca , ainda é bom ou passou a mau? O passado não pode ser bom por mero oportunismo e ser mau quando convém! Em que ficamos senhor Presidente da Câmara? Lembre-se que desse passado antigo e recente fez parte Luís Lemos e não devem chateá-lo com o passado a que ele pertenceu e de que maneira!
Mas voltando ás obras, constou-nos que andava um empreiteiro nas Termas do Carvalhal. Fomos ver. O que vimos? Vimos o despesismo antes tão criticado por Fernando Carneiro ,pois já há lá muito granito serrado enterrado e disseram-nos que aquilo ainda não chegou a meia missa. O despesismo promete continuar e o dinheiro que está a ser enterrado vai fazer falta noutro sítio. Oh senhor Fernando, não se opõe? Não é despesismo? Foi isso que prometeu? É esse o tal rigor? Temos um Presidente de palavra e de posições firmes. Aquilo é cá de uma firmeza! É! É!
Mas vimos também que nas Termas do Carvalhal os passeios estão a ficar largos demais, as ruas estreitas demais e lugares a menos para estacionamento de carros. Tudo como foi feito na vila e tudo tão criticado, tão enxovalhado por Fernando Carneiro! Pela língua morre o peixe! Se Fernando Carneiro fosse peixe…
Onde está o que antes apregoava ? Dizem que está no bolso do engenheiro se ainda não o deitou ao lixo.
As obras continuam a ter o mesmo desenho, a ter os mesmos erros, a ter o mesmo desperdício porque os luxos pagam-se. Com estas “riquezas” fica o povo mais pobre e o concelho também. Não acha senhor Fernando Carneiro? Ou já não acha? O mais certo é não achar nada. Ao menos podia ter aprendido com os erros dos outros.
Antes de dizer o que dizia e de prometer o que prometeu devia ter pedido autorização ao engenheiro. Como não pediu, agora está a “engolir” o que “vomitou” ao longo de anos. E está a “engolir” tanto!
Se o velhote de Castro Daire que fiscalizou as obras, aqui da vila, for ao Carvalhal não vai gostar nada do que vai ver. Ficará revoltado, indignado e passará a atacar Fernando Carneiro com tanta força, como atacou os outros. Ou não será? Bem, agora o tempo é outro! Pois é! E também pode ter mudado a vontade e os critérios como aconteceu com o senhor Fernando.
Temos um Presidente da Câmara como Frei Tomás. Por isso, não ouçam o que diz, nem olhem para o que ele faz.
Para além de obras, do que se disse e do que se faz, soubemos que há camaleões, mas daqueles que mudam de cor e não só. Como a informação era pouca e desconhecíamos que houvesse jaulas ou algum jardim zoológico perto, dirigimo-nos ao Posto de Turismo da Câmara e ficámos mais elucidados. Foi-nos dito que os camaleões andam á solta, acrescentaram que estão cheios deles e aconselharam-nos a ir gozar férias porque pode ser que estejam só de passagem por Castro Daire.
Agradecemos, fugimos e estamos na praia porque, com o tempo de chuva e de frio, com a crise e com o que de mau Sócrates nos trouxe, agora é tudo mais barato mesmo com o aumento dos impostos. Não há clientela na praia. Clientela só mesmo a socialista em Castro Daire.
P.S.;Não se diga mal do passado para não ofenderem também o senhor Fernando Carneiro porque disseram-nos que sempre esteve na política desde o 25 de Abril. Nem queria acreditar que foi autarca, para aí uns 20 anos, pelo PSD e que depois foi pelo CDS antes de ser do PS. Até nas Termas do Carvalhal não é capaz de corrigir os erros do passado, segue-os. É tão fiel ao passado! Nós votamos contra o passado, a favor da mudança. Mas copia o passado e se não copiasse os erros ainda estaríamos assim, assim. Não há quem o emende?